segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A arte de ensinar química



Arte e ciência são definidas como grandes áreas do saber humano, na qual gerações têm dedicado suas vidas para expandir a sua compreensão delas. Porem, ambas possuem um pequeno por menor que ainda nos dia de hoje há controversas. O que é Arte? O que é Ciência? Toda forma de expressão humana é considerada arte? Qualquer tipo de conhecimento do universo que nos rodeia pode ser chamado de ciência? Independente da definição que nos abordemos, temos como fato que tanto a arte como a ciência influenciam nossa vida diretamente. Para muitos é tenebroso pensar viver em um mundo sem cores, formas e rimas, já para outros, como podemos viver em uma sociedade sem industrias, celulares ou uma simples impressora? A nossa sociedade é dependente do conhecimento que conquistamos até os dias de hoje e de toda forma, não sabemos mais viver sem esses caprichos que dominamos.
A arte é quase como um sentimento natural do ser humano. Todo homem tem a liberdade e a capacidade de criar as mais diversas formas de arte possível. Entretanto, assim como na ciência, não são todos capazes de dominar um nível de arte que é apreciada por muitos. A arte é algo único que cada individuo desenvolve a sua técnica pessoal. Claro que a arte, como a ciência, pode (e deve) ser estudada e aprimorada utilizando para isso os mais diversos recursos didáticos, porem o conteúdo nunca é transmitido 100% igual. Cada ser expressa sua arte como seu jeito. Da mesma forma que dois escultores de uma mesma escola não fazem esculturas iguais, dois professores de uma mesma matéria não dão aula de formas iguais.
Ensinar, por si só, já pode ser considerada uma arte. Existe toda uma construção de conhecimento e raciocínio que é tão complexo quanto um quadro renascentista. Não importa a área do conhecimento, ensinar requer muito mais que saber bem o que ensina, requer didática, prática, sabedoria e criatividade. A cada novo dia, um novo aluno poderá propor questões novas, únicas, que talvez, nem um grande pesquisador do mundo já pensou sobre aquilo antes. Mesmo que sejam questões consideradas triviais o aluno que se apresenta diante do professor não é trivial. Assim como a forma de ensinar, cada aluno é único e apresenta um comportamento único frente aos demais.
Assim como a arte é, infelizmente, pouco valorizada na nossa sociedade, a arte de educar é muito menos valorizada. Por muitos anos a população pensava que qualquer pessoa poderia ensinar, menos não tendo uma formação adequada. Ainda hoje temos tal realidade no ensino superior, o qual profissionais sem o treinamento necessário (cursos de licenciatura) atuam como educadores. Por essa falta de preparo, aliado a desvalorização da sociedade, a educação no Brasil vem sofrendo muito nos últimos anos.  O numero de bons professores é cada vez menor e aqueles que se tornariam bons professores no futuro, são desestimulados pela situação atual no ensino publico. Para se ter a formação de um bom professor, é demandado muito tempo e esforço, pois a arte não se aprende da noite para o dia. É necessário pesquisar e implementar métodos de aperfeiçoamento dos professores já formados quanto aqueles que ainda estão em formação.
O professor é aquele que abre as primeiras portas do saber para o aluno e na química não é diferente. Um bom professor de química, que domina a arte de ensinar, consegue atrair o aluno para conhecer toda a beleza da química. Precisamos ter mais desses bons professores, desses mestres do ensinar, para continuar a transformação social que nossa realidade brasileira precisa. É lastimável ler em jornais que há pessoas que pensão que é desnecessário o ensino de química, dentre outra ciências. Mas o cerne do problema esta na matéria lecionada, nos profissionais que ensinam ou em outros fatores?
O ensino da química tem o poder de transformar o aluno em cidadão, possuindo um olhar critico em sua sociedade. Estudando a química aprendemos que tudo esta intimamente relacionado, interligado e que manipulando as ligações química conseguimos moldar as propriedades que desejamos na natureza. De forma análoga a sociedade esta interligada e podemos moldar essa ligações para construirmos o mundo que queremos. A química não deve ser banida das salas de aula, muito menos deve ser tratada com pouco caso. Ela precisa ser bem ensinada aos nossos alunos, não apenas demonstrada como varias decorebas em um conjunto sem sentido. Tal desafio compete principalmente aos professores e aos demais encarregados de educação. O professor deve conduzir a sua aula de química de forma a mostrar aos alunos que aquilo é natural, que não há decorações nem adivinhações, mais simplesmente descrição do que é a realidade da natureza.

A química possui muitos meios para ser apresentada aos alunos. Há experiências, relatos históricos e diversas curiosidades do dia a dia que podem ajudar o aluno a compreender melhor essa ciência. Devemos a química não se restringe a uma vidraria com uma solução, mas a sua própria vida. Olhando de certo ângulo, a química pode ser até considerada como uma das principais ferramentas para a arte da vida. Por que abolir de nossa sociedade esta ferramenta tão útil para nós?

Observação: Esse texto eu utilizei para um trabalho da minha universidade.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Fase Bônus: Encontrando Deus Em O Hobbit

Por Bnick
Tudo começou de uma forma que eu não gosto nada. Estava chegando o dia da minha volta para Portugal e logo mais eu não veria meus amigos, minha família e minha namorada. Eu odiava esse momento, mas tinha que ficar forte e continuar lutando. Na minha ultima despedida do Brasil, minha namorada me deu dois livros, sendo um deles “Encontrando Deus Em O Hobbit” de Jim Ware. Eu fiquei muito feliz com os presentes, minha namorada acerta sempre a mão nos livros que ela da para mim.
Hoje em dia, devido ao cinema, o livro do Hobbit esta em alta e muitas pessoas estão correndo atrás para ler ele e além disso, conhecer o filme e até outros trabalhos do grande escritor J. R. R. Tolkien. Acho que pouca gente sabe que ele era católico e amigo de C. S. Lewis, outro monstro da literatura. Espero ter oportunidade de escrever um pouco sobre C. S. Lewis aqui também um dia.
A proposta de Jim Ware é identificar aspectos do cristianismo na obra de Tolkien e fazer um paralelo com a bíblia. A ideia é muito bem executada nesse livro e é fácil identificar a graça de Deus nas linhas de Tolkien. Não quero dizer aqui que Tolkien escreveu um livro focado no cristianismo ou na evangelização, mas que muito dos valores cristãos estão na sua obra. Na teologia cristã, isso é chamado de “Graça Comum”, ou seja, quando vemos a graça de Deus em um lugar “inesperado”. A verdade é que a graça de Deus permeia toda a terra.
Mas vamos falar do livro. Ele é divido em pequenos capítulos, com a proposta do autor de você ler 1 capitulo por dia. No inicio de cada capitulo há um trecho das aventuras do Hobbit e na segunda parte há uma reflexão sobre aquele trecho e por fim, uma conclusão em pouquíssimas palavras sobre a lição aprendida.
É muito interessante como esse livro de Jim Ware enriquece ainda mais a experiencia que o livro de Tolkien apresenta ao leitor. As lições que Jim explora ao longo da obra de Tolkien, quando bem aproveitadas pelo leitor, pode levar a uma reflexão de como o leitor esta conduzindo o seu dia.
A obra também possui partes negativas, como é de se esperar. O leitor pode pensar que o livro é muito massante se resolver ler tudo de uma vez só. O ultimo capitulo deixa muito a desejar em relação aos demais da obra.
Com seus belos altos e alguns baixos, o livro de Jim Ware é uma excelente pedida para qualquer fã de Tolkien, que deseja extrair ainda mais lições boas dessa obra. Apesar de o livro ter como foco o cristianismo (o que me agrada muito pessoalmente), “Encontrando Deus Em O Hobbit” é bem vindo para todos os públicos.

Nota: 3,5 / 5